Os raios de sol tímido e matinal faziam brilhar os fios vermelhos do cabelo dela. Ela que entrava no tom preguiçoso do ritmo da rotina da urbe...tão maquinal. Olho-a, olho-me... O desafio não pode ser aceite como um trapézio sem rede. Pelo menos se fosse no trapézio que eu tivesse a certeza que olhavas de baixo para mim no cimo. Aceito o triste lugar na frente que me é oferecido pelo acaso. Fico, deixo-a abandonar-me atrás...em passos lentos aproxima-se o teletransporte comum da cidade, caminhamos paralelamente, olho-a pelo transparente, o sol reflete o meu rosto, as lentes escuras escondem a alma e o íntimo, escondem a vontade de romper o privado que me atrai. Espero. Fervo, sucumbo de ansiedade. Repete-se a passagem maquialmente estudada. Ela sobe, eu subo. É o cheiro, é sempre esse mesmo cheiro que me desconcerta. Vagueio em mim. Penso no odor simples tento, como eu tento descobrir a cortina de ferro entre o meu eu e ela. O frio oceânico cobre a pálida cara dos cabelos rubros, sinto o mesmo um pouco atrás. Olho-a pela última vez com a dúvida que carrego... Acendo num disfarce a minha insegurança. Olho o céu...devolvo à terra o meu olhar e lá está ela a olhar-me na expressão oriental que lhe assiste nos olhos...Sorri, só para suspirar ao mundo a resposta!
Delfina Rocha
sábado, 13 de dezembro de 2008
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2 comentários:
Um pequeno reparo.
Ele não sente o frio perto dela. Não sente o vazio nem a maldita solidão. Apenas paz.
Afinal... ela é, aparentemente, a sua gemea japonesa de cabelos ardentes.
A friend of mine once wrote down a vision of a twisted place, embracing his darkest fears and passions.
I think you'll recognize his heart in there.
Both of you write with the same soul...
http://divinorum.wordpress.com/tainted-love/
the lost brother...
mohebius
(http://umanoitedepaixao.wordpress.com)
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