sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Breve olhar sobre as coisas e os anos...
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
PARA SEMPRE GIL
domingo, 19 de junho de 2011
VIVA PRODUÇÃO
Estas são as palavras que eu dedico aos meus meninos. Aqueles três que fizeram o mundo girar de forma diferente, dentro das paredes cinzentas de uma rua demasiadamente industrializada para sentir. Aqueles três com quem partilhei as minhas alegrias, tristezas e pequenas vitórias. Aqueles a quem tentei ensinar o pouco que sei e àqueles que me ensinaram também que as gerações se encontram na partilha – quando se dá e recebe diariamente o “suor do rosto” – o trabalho.
Celebro com eles as nossas memórias do tempo passado, celebro um Fórum de grandes momentos. Acho que posso dizer que os vi nascer! Eram estranhos quando timidamente me disseram os seus nomes: Joana, Elisabete e Jaime. Depois foram crescendo e crescendo, ficaram gigantes até ao dia da partida. O corte do cordão, quase umbilical, magoa por dentro, faz-me sentir fraca e muito impotente… Resta a esperança - é claro que eles a partir daqui continuarão a ser gigantes, continuarão com o brilho nos olhos que lhes é próprio, com as mentes que ainda voam e fazem voar, continuarão a mostrar que é nas coisas mais simples e nos devaneios mais estonteantes que reside grande parte da felicidade.
É aos meus meninos que hoje escrevo, é a esses três que desejo hoje que o universo conspire a favor, e que lhes conceda o maior de todos os presentes…que nunca percam o brilho do sonho.
E por agora digo “continuando que é gerúndio”.
Delfina Rocha
À Criança que habita em mim…que habita em nós.
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...
Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...
Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...
Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)
Aquarela, Toquinho
Delfina Rocha
sábado, 16 de janeiro de 2010
Materializa-TE
Materializa-te... toma forma; toma forma de ti e das tuas emoções. Se fores material de certeza que vais sentir-te melhor. É claro que melhor seria ter um ombro e um abraço para não nos sentirmos sós de todo...
Não concordo com o senso comum: "eu não sou materialista", não posso concordar, acho pelo contrário que devemos ser materialistas, devemos tornar tudo em matéria (pelo menos tudo o que for possível, já há tantas coisas abstractas por aí...).
Choro. As lágrimas que caem são a matéria da minha dor, da minha alegria, da minha emoção. Por isso não as escondo, mostro-as porque gosto de materializar o que sinto. Gosto que os sentimentos me possam tocar ao caírem quentes e salgados pelo meu rosto, pelo meu peito, pelo meu ser. Assim materializo-me enquanto ser racional, sentimental. Não me envergonho de dizer que sou materialista, às vezes gostava de poder dizer que sou materialista por inteiro, mas aí penso no grito que não dei quanto ele queria sair, e eu aprisionei-o na garganta, no fôlego dos pulmões, no coração que se espreme desesperado. Penso na gargalhada que sublimei e aí julgo-me como um ser formal e não tanto material. Mas se da sociedade não fizesse eu parte, juro e juro-vos que era de todo material.
Delfina Rocha
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Boys Don't Cry
És hoje pai com uma mãe que para mim é um vulto, um desconhecido e incógnito. És pai!
Dentro de um outro ser brincam agora bocadinhos do teu ser, um ser que outrora eu quis para mim.
Escondes-te atrás de mentiras baratas, de cobardias múltiplas, atrás dessa máscara que teimas em usar. O que te terá acontecido? Por quantas noites não dormiste a pensar na vida, nesse ser? E por quantas outras não sonhaste acordar de um sonho que era e é matéria? Que palavras deixaste de dizer, por quantos dias e meses ficaste sufocado? Por quantas vezes choraste como uma criança, como fizeste tantas vezes no meu ombro?
Tenho tantas perguntas para te fazer, mas se as fizesse sei que me enganarias...Prefiro pensar na única resposta...essa tem nome de flor . Espero que a saibas cultivar e acima de tudo que mereças essa que é uma das maiores dádivas da condição humana...teres para ti uma vida. Talvez nunca leste nada do que aqui te escrevi e escrevo, mas fica com a certeza que esta carta é para ti, de alguém como eu que te conhece lá no fundo, mesmo que regres a tua vida pela superficialidade! Nada mais importa! Nem as inquietações, nem as noites sem dormir, nem os sonhos ou pesadelos, nada! Nem todas as lágrimas e fúrias, tudo agora desvanece e vê nascer o ponto final de uma história que há muito tinha terminado. És pai!
Delfina Rocha
sábado, 1 de agosto de 2009
entre o algodão e a cana de açucar - I
Mas haveria noites de interrogações? Perguntas feitas no intímo do ser? Medos? Esperanças por baixo do camuflado?
Seguiam para as Africanas terras há séculos colonizadas cuja a avareza não os deixou deixar em tempo certo.
Delfina Rocha
domingo, 28 de junho de 2009
Experimental I
O céu aproxima-se no seu azul manchado de nódoas níveas. Admiro por instantes o engenho do balão e o quente da chama que me faz voar, num gesto acaricio as cordas fortes que envolvem as minhas asas. Sinto o imenso e viajo. Até onde posso eu ir? Fecho os olhos e na minha viagem viajo também. As estrelas espreitam e cobiçam a vida dos que sonham e dos que voam, e ainda mais daqueles que sonham voado e dos que voam sonhando. À agitação dos céus junta-se a lua, a cara motra mais do que a cobiça, mostra a solidão e as cicatrizes que deixou quem teve coragem de a abandonar.
Penso nos continentes, nos mares, nos rios em pessoas, no feitos das pessoas, nas incertezas e medos das pessoas. Na bravura, na coragem, na forma das coisas. No ar surge a pergunta... porquê? de onde veio? para que veio? Sem teorias de conspirações, volto ao sonho e à simplicidade do sonho.
Delfina Rocha
sexta-feira, 17 de abril de 2009
depois da chuva passar...
Delfina Rocha
quarta-feira, 25 de março de 2009
Lente de Contacto
A passagem das armações com lentes para as lentes de contacto é exactamente igual à passagem dos 18 para os 19 anos!!!...Muda-se por fora o efeito e o dentro permanecem e são o mesmo!
Gosti!!! Beijo grande do segundo elemento soulmates!