sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Breve olhar sobre as coisas e os anos...

24 de Agosto de 1987

Nascido em casa a 24 de Agosto de 1987, no leito terno dos avós e pelas mãos parteiras mais experientes dos Carvalhos. Nasceu o filho-homem da casa para alegria dos seus pais e das suas irmãs, nasceu um rapazote de cabelo claro e corpo abastado. 
Cresceu com os seus carrinhos de colecção, as suas mini-tropas, o seu carro fórmula1 de pedais. Cresceu com todas as letras menos o "L". Era o pesadelo de alguns dos seus vizinhos mais velhos e ríspidos, e o "amor mais" de outros mais velhos ainda e com mais para dar. 
Ele muitas memórias guardará deste e de outros tempos, e eu? Como o observei? Como alguém com quem partilhava travessuras e me recusava a entrar na linha. Alguém que fugiu do seu pai, mesmo sabendo que iria ser castigado, numa corrida épica - qual filme ou livro de comédia! Alguém que dormia longe à semana e no sofá ao fim-de-semana! Ombro deslocado, pontos na cabeça, pontos na testa, ombro deslocado, braço partido, ombros deslocados! Medalhas não lhe faltam para recordar os momentos da infância. Depois o menino cresceu e eu olhei-o como o empreendedor da família. Ele não se resigna, quer sempre mais e mais. Aos 15 ou 16 anos (não sei bem) vejam criou o seu próprio negócio e lá foi ele ganhar o xelim, lá foi ele provar que a vontade é superior a qualquer adversidade. É o pintas da família...sempre com as suas frases ou palavras de ocasião com as quais contagia toda a gente, "é a cena dele". E hoje aos 25 neste quarto de século ai está ele, agora com cabelo escuro, diferente e tão igual a esse menino e moço que conhecemos! E que adulto será ele daqui para a frente? ...sangue na guelra não lhe falta... diz que é bom no seu trabalho e amigo do seu amigo, diz que é gente preocupada com a família, diz que é daqueles que tem sempre objectivos e mais do que isso prazos para os seus objectivos. Para já estão cumpridos 25anos, que lhe reservará o futuro? Só ele e vá lá o Bartolomeu saberão! 

Com eterno carinho, 

Delfina


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PARA SEMPRE GIL

" O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

(Fernando Pessoa)


domingo, 19 de junho de 2011

VIVA PRODUÇÃO

DSCN3516 - Cópia

Estas são as palavras que eu dedico aos meus meninos. Aqueles três que fizeram o mundo girar de forma diferente, dentro das paredes cinzentas de uma rua demasiadamente industrializada para sentir. Aqueles três com quem partilhei as minhas alegrias, tristezas e pequenas vitórias. Aqueles a quem tentei ensinar o pouco que sei e àqueles que me ensinaram também que as gerações se encontram na partilha – quando se dá e recebe diariamente o “suor do rosto” – o trabalho.

Celebro com eles as nossas memórias do tempo passado, celebro um Fórum de grandes momentos. Acho que posso dizer que os vi nascer! Eram estranhos quando timidamente me disseram os seus nomes: Joana, Elisabete e Jaime. Depois foram crescendo e crescendo, ficaram gigantes até ao dia da partida. O corte do cordão, quase umbilical, magoa por dentro, faz-me sentir fraca e muito impotente… Resta a esperança -  é claro que eles a partir daqui continuarão a ser gigantes, continuarão com o brilho nos olhos que lhes é próprio, com as mentes que ainda voam e fazem voar, continuarão a mostrar que é nas coisas mais simples e nos devaneios mais estonteantes que reside grande parte da felicidade.

É aos meus meninos que hoje escrevo, é a esses três que desejo hoje que o universo conspire a favor, e que lhes conceda o maior de todos os presentes…que nunca percam o brilho do sonho.

E por agora digo “continuando que é gerúndio”.

Delfina Rocha

À Criança que habita em mim…que habita em nós.

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol
amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul

Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar

Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)
                                  Aquarela, Toquinho

Delfina Rocha

sábado, 16 de janeiro de 2010

Materializa-TE

Materializa-te... toma forma; toma forma de ti e das tuas emoções. Se fores material de certeza que vais sentir-te melhor. É claro que melhor seria ter um ombro e um abraço para não nos sentirmos sós de todo...
Não concordo com o senso comum: "eu não sou materialista", não posso concordar, acho pelo contrário que devemos ser materialistas, devemos tornar tudo em matéria (pelo menos tudo o que for possível, já há tantas coisas abstractas por aí...).
DSCN0053
Choro. As lágrimas que caem são a matéria da minha dor, da minha alegria, da minha emoção.  Por isso não as escondo, mostro-as porque gosto de materializar o que sinto. Gosto que os sentimentos me possam tocar ao caírem quentes e salgados pelo meu rosto, pelo meu peito, pelo meu ser. Assim materializo-me enquanto ser racional, sentimental. Não me envergonho de dizer que sou materialista, às vezes gostava de poder dizer que sou materialista por inteiro, mas aí penso no grito que não dei quanto ele queria sair, e eu aprisionei-o na garganta, no fôlego dos pulmões, no coração que se espreme desesperado. Penso na gargalhada que sublimei e aí julgo-me como um ser formal e não tanto material. Mas se da sociedade não fizesse eu parte, juro e juro-vos que era de todo material.

 

Delfina Rocha

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Boys Don't Cry

Um ano passa, as experiências passam (algumas evoluem), as memórias ficam!

És hoje pai com uma mãe que para mim é um vulto, um desconhecido e incógnito. És pai!
Dentro de um outro ser brincam agora bocadinhos do teu ser, um ser que outrora eu quis para mim.
Escondes-te atrás de mentiras baratas, de cobardias múltiplas, atrás dessa máscara que teimas em usar. O que te terá acontecido? Por quantas noites não dormiste a pensar na vida, nesse ser? E por quantas outras não sonhaste acordar de um sonho que era e é matéria? Que palavras deixaste de dizer, por quantos dias e meses ficaste sufocado? Por quantas vezes choraste como uma criança, como fizeste tantas vezes no meu ombro?
Tenho tantas perguntas para te fazer, mas se as fizesse sei que me enganarias...Prefiro pensar na única resposta...essa tem nome de flor . Espero que a saibas cultivar e acima de tudo que mereças essa que é uma das maiores dádivas da condição humana...teres para ti uma vida. Talvez nunca leste nada do que aqui te escrevi e escrevo, mas fica com a certeza que esta carta é para ti, de alguém como eu que te conhece lá no fundo, mesmo que regres a tua vida pela superficialidade! Nada mais importa! Nem as inquietações, nem as noites sem dormir, nem os sonhos ou pesadelos, nada! Nem todas as lágrimas e fúrias, tudo agora desvanece e vê nascer o ponto final de uma história que há muito tinha terminado. És pai!

Delfina Rocha

sábado, 1 de agosto de 2009

entre o algodão e a cana de açucar - I

Foram 13 anos. 13 anos de adeus e de partidas de meninos que se fizeram homens. Acenos e lágrimas na partida para o incerto, para o desconhecido, para o proíbido de falar. O silêncio instalado na boca e no pensamento. Assim partiam por terra, céu e mar para a extensão de um país que se queria que fosse mais do que um jardim à beira mar plantado. E nas viagens ninguém falava, os bufos estavam sempre a bordo. Na verdade pouco importava os desígnios da política e dos motivos, o importante e o dever era defender a pátria, fosse qual fosse o motivo.
Mas haveria noites de interrogações? Perguntas feitas no intímo do ser? Medos? Esperanças por baixo do camuflado?
Seguiam para as Africanas terras há séculos colonizadas cuja a avareza não os deixou deixar em tempo certo.

Delfina Rocha

domingo, 28 de junho de 2009

Experimental I

Subo desajeitadamente para o balão de ar quente. Tento focar-me no céu para não pensar que os estou sem os pés assentes na terra...abandono-a!
O céu aproxima-se no seu azul manchado de nódoas níveas. Admiro por instantes o engenho do balão e o quente da chama que me faz voar, num gesto acaricio as cordas fortes que envolvem as minhas asas. Sinto o imenso e viajo. Até onde posso eu ir? Fecho os olhos e na minha viagem viajo também. As estrelas espreitam e cobiçam a vida dos que sonham e dos que voam, e ainda mais daqueles que sonham voado e dos que voam sonhando. À agitação dos céus junta-se a lua, a cara motra mais do que a cobiça, mostra a solidão e as cicatrizes que deixou quem teve coragem de a abandonar.
Penso nos continentes, nos mares, nos rios em pessoas, no feitos das pessoas, nas incertezas e medos das pessoas. Na bravura, na coragem, na forma das coisas. No ar surge a pergunta... porquê? de onde veio? para que veio? Sem teorias de conspirações, volto ao sonho e à simplicidade do sonho.

Delfina Rocha

sexta-feira, 17 de abril de 2009

depois da chuva passar...

São pingos de água gelada...caem cristalinos do céu; levam o que sobrou do pó que o vento trouxe e espalhou.... A chuva limpa cada canto e recanto a cada gota que se solta das nuvens...no ar sente-se agora o cheiro a terra molhada. Vejo o verde muito verde da relva...O cinzento e o branco do céu põem a nu e a descoberto as cores outrora opacas e cobertas pelo pó. O pó esse corre agora na força das águas das chuvas que correm também elas velozes para o oceano. Pára de chover...fecha-se o abrigo maquinal dos pingos que encharcam. Amanhã talvez apareça o sol e com ele o azul ciano de algum céu!

Delfina Rocha

quarta-feira, 25 de março de 2009

Lente de Contacto

Parabéns Tiaguhhhhh!!!!!
A passagem das armações com lentes para as lentes de contacto é exactamente igual à passagem dos 18 para os 19 anos!!!...Muda-se por fora o efeito e o dentro permanecem e são o mesmo!
Gosti!!! Beijo grande do segundo elemento soulmates!