quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Boys Don't Cry

Um ano passa, as experiências passam (algumas evoluem), as memórias ficam!

És hoje pai com uma mãe que para mim é um vulto, um desconhecido e incógnito. És pai!
Dentro de um outro ser brincam agora bocadinhos do teu ser, um ser que outrora eu quis para mim.
Escondes-te atrás de mentiras baratas, de cobardias múltiplas, atrás dessa máscara que teimas em usar. O que te terá acontecido? Por quantas noites não dormiste a pensar na vida, nesse ser? E por quantas outras não sonhaste acordar de um sonho que era e é matéria? Que palavras deixaste de dizer, por quantos dias e meses ficaste sufocado? Por quantas vezes choraste como uma criança, como fizeste tantas vezes no meu ombro?
Tenho tantas perguntas para te fazer, mas se as fizesse sei que me enganarias...Prefiro pensar na única resposta...essa tem nome de flor . Espero que a saibas cultivar e acima de tudo que mereças essa que é uma das maiores dádivas da condição humana...teres para ti uma vida. Talvez nunca leste nada do que aqui te escrevi e escrevo, mas fica com a certeza que esta carta é para ti, de alguém como eu que te conhece lá no fundo, mesmo que regres a tua vida pela superficialidade! Nada mais importa! Nem as inquietações, nem as noites sem dormir, nem os sonhos ou pesadelos, nada! Nem todas as lágrimas e fúrias, tudo agora desvanece e vê nascer o ponto final de uma história que há muito tinha terminado. És pai!

Delfina Rocha

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