quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

vestir-me por dentro


Contínuo pelo passeio, atenta! Ouço ruídos e vozes que falam...e falam e chegam mesmo a gritar! Apoio-me na parede áspera e cinzenta que a cidade me oferece... tento que a vertigem passe. Penetro em mim. Penso se terão medo de mim...dos meus olhos raiados de vermelho, da força e da fragilidade que carrego no caminho. O pânico acelera a minha respiração já ofegante. Sufoco! Não há ar que possa encher ao limite os meus pulmões sedentos, não há, não há ar!!! Quero deixar-me cair no conforto do passeio, na parede não porque continua áspera e rugosa, mas o passeio... Atenta...tenho que continuar atenta! Busco a atenção em mim. Respiro! Invade-me agora um odor, volto-me para ele. Disperso de súbito a minha atenção de mim para ele, para o odor.
Delfina Rocha

1 comentário:

Anónimo disse...

deixa de ser teimosa e achares k és "forte" não és e tu sabes k a tua fragilidade afasta-te do k não conheces e aproxima te do teu unico refugio.