A cidade ainda brilha nos gases de lógica ascendente. Quase enjoa e causa náuseas, tento a abstração. Fico, páro....entro. Penetro em passos lentos no turbilhão. Deixo que as ondas me guiem...fecho os olhos, não consigo enfrentar...sinto a batida sôfrega do miocárdio que tenho no lugar do coração, quase dói...quase sinto o colapso, sinto? Ri pela antítese. Espreito...o selvagem acto de te olhar. Segues-me nesse tom autómato e ao mesmo tempo irresistivelmente quente e acolhedor. Cerro os olhos, dói, dói tanto...A dor ganha vida em mim, vive aqui, acomoda-se e tu chegas outra e outra vez com esse antídoto simples. Matas-me um pouco mais para que eu possa viver. Ali nos teus braços são os meus teus também, são teus. É minha e tua a minha vontade, o meu olhar roubaste-o ainda antes. Leva-me, tira-me, tira tudo fora do sitio, arruma depois tudo como quiseres, como tiveres na mente e no sangue a vontade de o fazer. Encolho-me para chorar, ainda sei o que isso é? A lágrima cai negra na nivea pele que carrego. Espreito so mais uma vez, abro uma fresta do meu olhar à urbe e sim...ainda permaneces lá. Cerro com força o olhar e num suspiro grito em mim: ainda bem.
Delfina Rocha
sábado, 3 de janeiro de 2009
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