quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Boys Don't Cry
És hoje pai com uma mãe que para mim é um vulto, um desconhecido e incógnito. És pai!
Dentro de um outro ser brincam agora bocadinhos do teu ser, um ser que outrora eu quis para mim.
Escondes-te atrás de mentiras baratas, de cobardias múltiplas, atrás dessa máscara que teimas em usar. O que te terá acontecido? Por quantas noites não dormiste a pensar na vida, nesse ser? E por quantas outras não sonhaste acordar de um sonho que era e é matéria? Que palavras deixaste de dizer, por quantos dias e meses ficaste sufocado? Por quantas vezes choraste como uma criança, como fizeste tantas vezes no meu ombro?
Tenho tantas perguntas para te fazer, mas se as fizesse sei que me enganarias...Prefiro pensar na única resposta...essa tem nome de flor . Espero que a saibas cultivar e acima de tudo que mereças essa que é uma das maiores dádivas da condição humana...teres para ti uma vida. Talvez nunca leste nada do que aqui te escrevi e escrevo, mas fica com a certeza que esta carta é para ti, de alguém como eu que te conhece lá no fundo, mesmo que regres a tua vida pela superficialidade! Nada mais importa! Nem as inquietações, nem as noites sem dormir, nem os sonhos ou pesadelos, nada! Nem todas as lágrimas e fúrias, tudo agora desvanece e vê nascer o ponto final de uma história que há muito tinha terminado. És pai!
Delfina Rocha
sábado, 1 de agosto de 2009
entre o algodão e a cana de açucar - I
Mas haveria noites de interrogações? Perguntas feitas no intímo do ser? Medos? Esperanças por baixo do camuflado?
Seguiam para as Africanas terras há séculos colonizadas cuja a avareza não os deixou deixar em tempo certo.
Delfina Rocha
domingo, 28 de junho de 2009
Experimental I
O céu aproxima-se no seu azul manchado de nódoas níveas. Admiro por instantes o engenho do balão e o quente da chama que me faz voar, num gesto acaricio as cordas fortes que envolvem as minhas asas. Sinto o imenso e viajo. Até onde posso eu ir? Fecho os olhos e na minha viagem viajo também. As estrelas espreitam e cobiçam a vida dos que sonham e dos que voam, e ainda mais daqueles que sonham voado e dos que voam sonhando. À agitação dos céus junta-se a lua, a cara motra mais do que a cobiça, mostra a solidão e as cicatrizes que deixou quem teve coragem de a abandonar.
Penso nos continentes, nos mares, nos rios em pessoas, no feitos das pessoas, nas incertezas e medos das pessoas. Na bravura, na coragem, na forma das coisas. No ar surge a pergunta... porquê? de onde veio? para que veio? Sem teorias de conspirações, volto ao sonho e à simplicidade do sonho.
Delfina Rocha
sexta-feira, 17 de abril de 2009
depois da chuva passar...
Delfina Rocha
quarta-feira, 25 de março de 2009
Lente de Contacto
A passagem das armações com lentes para as lentes de contacto é exactamente igual à passagem dos 18 para os 19 anos!!!...Muda-se por fora o efeito e o dentro permanecem e são o mesmo!
Gosti!!! Beijo grande do segundo elemento soulmates!
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
vestir-me por dentro
Contínuo pelo passeio, atenta! Ouço ruídos e vozes que falam...e falam e chegam mesmo a gritar! Apoio-me na parede áspera e cinzenta que a cidade me oferece... tento que a vertigem passe. Penetro em mim. Penso se terão medo de mim...dos meus olhos raiados de vermelho, da força e da fragilidade que carrego no caminho. O pânico acelera a minha respiração já ofegante. Sufoco! Não há ar que possa encher ao limite os meus pulmões sedentos, não há, não há ar!!! Quero deixar-me cair no conforto do passeio, na parede não porque continua áspera e rugosa, mas o passeio... Atenta...tenho que continuar atenta! Busco a atenção em mim. Respiro! Invade-me agora um odor, volto-me para ele. Disperso de súbito a minha atenção de mim para ele, para o odor.
Delfina Rocha
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
(?)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Só porque hoje me apetece...
Tocaste-me. Não nos lábios, não na pele. Tocaste bem cá dentro e marcaste a ferro e fogo o teu nome. (...) contigo vejo o mundo de uma forma mais bela (...). Sei que tenho tanto para aprender, tanto para viver contigo. (...)
És tão bonita. E não é essa tua beleza que todos vêem, mas aquela beleza que trazes dentro de ti e poucos conhecem. É essa beleza que te torna tão incrível, tão única e tão especial para mim.
...dizer que gosto muito da Delfina!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
2008/2009 Soulmates together!
Se o viver pertence aos loucos então nós ficamos com boa parte do viver!
Bom Ano!
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Ponto sem retorno ( ou talvez a minha entrada )
domingo, 4 de janeiro de 2009
a flutuar

E se existissem dois sóis?
Será que o problema do "contra-luz" estaria resolvido? Será que os robots que vagueiam por todo o lado olhavam para o céu mais vezes? Será que os nossos olhos iam ficar com a íris suprimida? Tal a força da luz dos dias. Será que nesses lugares onde mora a escuridão iria um dos dois sóis brilhar? Desejaríamos nós ofegantemente pela noite? Pelo compasso terno do negro, da lua pálida, da penumbra? Seria o fim dos tempos ou o início de um novo tempo?
A claridade revela, revela-nos...ergue aos outros, que têm consciência de nós, a derradeira sombra... Ficamos nus. A alegria, a devassa, as olheiras negras de noites espectantes, a calma, o egoísmo, a loucura, o ódio, a avareza, a tranquilidade, pudesse eu escrever tudo o que vejo e sinto só com um sol.
Páro a vertigem, regresso à noite. É ela que me conforta. Respiro o doce orvalhar que caí na noite, vejo gente e mais gente - os loucos da noite.
Admiro-os e tento adivinhar cada vida, cada traço de estória....serão eles lembrados um dia, ou simplesmente esquecidos?
Que faço aqui agora?...ah, sonho com dois sóis....Regresso onde fiquei...
na noite?
Delfina Rocha
sábado, 3 de janeiro de 2009
Ghost in the Shell II
Delfina Rocha
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Já não olho o espelho o espectro é vão.....sombras de mim, sei lá. vem de dentro, vem cá dentro. Se eu pudesse escolher, tantas são as coisas e as manias que mudaria. Mas não é esse (mudar) o mote que me traz cá hoje?
Grito, sufoco...queria tanto, tanto de ti e de outros tis em ti, como eu queria!
Passam três minutos, pode passar também a vida toda, toda, que eu hei-de sentir a lâmina que corta e rasga o meu peito...respiro sobre o sangue que escorre e escorre e molha o meu corpo, a minha alma. É ele que há-de dar de beber à sede de muitos. Grito, grito...já não é o deixa-me, desta vez eu vou! São três minutos.
Delfina Rocha.